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Foto do escritorNara Guichon

Mudanças Climáticas: o que podemos fazer?




2018 foi classificado como o quarto ano mais quente já registrado pela história recente. O ápice das variações de temperatura teve início em 2016, e desde então a temperatura global vem aumentando a cada ano.


Contrariando as previsões que sempre projetaram para longo prazo os períodos de mudanças críticas no clima, nossa geração testemunha a cada dia os efeitos diretos desta transformação global.


Ficam as seguintes questões: o que de fato acontecerá com o planeta se as mudanças climáticas não forem revertidas? O que podemos fazer para amenizar esse cenário? Vamos conferir agora alguns pontos relevantes sobre o assunto:


O que de fato são as mudanças climáticas?


Muita gente confunde as mudanças do clima com mudanças do tempo.

Quando dizemos que o tempo está ruim, estamos nos referindo a uma mudança momentânea no clima local. Assim, a temperatura pode variar de uma cidade vizinha para outra ou até de um bairro para outro, sem que isso represente uma mudança climática.

Já o clima é o comportamento geral das condições meteorológicas ao longo dos anos.


Portanto, quando falamos em mudança do clima, estamos falando em mudanças de maior impacto, com alcance global e capazes de influenciar as vidas de milhões de pessoas. Outra confusão comum é entre aquecimento global e mudanças climáticas. Na verdade o aquecimento global é apenas uma parte de um conjunto complexo de mudanças que estão ocorrendo no clima. Quando afirmamos que o homem está mudando o clima, isso nem sempre se resume a dias mais quentes.


As mudanças climáticas se comportam de diferentes formas e são desencadeadas por diversos fatores. Os gases do efeito estufa provocam mudanças meteorológicas como chuvas fora de época, geadas, nevascas e toda uma variedade de catástrofes. A derrubada de árvores pode desencadear processos de erosão, culminando no assoreamento de rios e enchentes. O processo de degradação do solo pode gerar desertificação de grandes regiões e a extinção de diversos biomas.


Os mitos sobre as mudanças climáticas


Apesar da Internet fornecer vasto material sobre o assunto, existem muitos grupos e defensores de que as mudanças climáticas não existem. Esse pensamento errôneo é alimentado pelo fato de que nem toda transformação do clima pela presença humana é de fato relacionada ao calor.


Como falamos anteriormente, há uma variedade de problemas ambientais causados pelas mudanças climáticas, e como seus efeitos são imprevisíveis, muita gente prefere simplesmente acreditar que eles não são reais. Mas algumas provas são irrefutáveis. A Cruz Vermelha estima que existam cerca de 25 milhões de pessoas consideradas como refugiados climáticos. São pessoas que tiveram que abandonar suas casas por conta de secas, elevação do nível dos mares, descontrole das temporadas de chuvas e outros problemas causados pela degradação ambiental.

Um dos exemplos mais emblemáticos é da pequena nação de Kiribati, na Oceania, que em breve entrará para a história como o primeiro país a desaparecer por conta da elevação do nível dos mares. Sua população, de cerca de 103 mil pessoas, é considerada um dos casos mais dramáticos de refugiados climáticos.

O Mar de Aral, antes e agora. O processo de desertificação foi acelerado pelas mudanças climáticas. Foto: BBC.

Outro exemplo do impacto das mudanças climáticas é o Mar de Aral, na Ásia Central. O lugar já foi conhecido como o quarto maior lago do mundo e como uma das mais importantes reservas de água salina dentro de um continente. Atualmente o Mar de Aral se transformou quase que inteiramente em um deserto. Seu desaparecimento tem impactado na fauna local e na vida das populações que dependiam de suas águas para obter o sustento.

O Brasil e as mudanças climáticas


Segundo a ONG WWF o Brasil é um dos países com classificação de alto risco quando o assunto são problemas ambientais que desencadeiam mudanças climáticas. Nosso país está na rota das nações que, se não tomarem sérias medidas para reverter esse quadro, sofrerão graves consequências pela má gestão dos recursos naturais. Segundo o relatório anual da WWF, a região nordeste é a com maior impacto ambiental imediato. A região está vendo seu clima mudar de semiárido para desértico num ritmo cada vez mais acelerado.


Esse processo de desertificação impactará nas correntes de ar que circulam sobre o país. O resultado será tempestades cada vez mais violentas no sul e sudeste, aumentando o número de enchentes e provocando um completo desalinho das épocas de plantio e colheita para os agricultores. No sul as tempestades tropicais estão se tornando mais constantes.


O furacão Catarina, que atingiu o sul de Santa Catarina em 2004, é um exemplo de anomalia climática. Esta foi a primeira vez que os estudiosos registraram um furacão no Atlântico Sul e a previsão é de que fenômenos como esse se tornem ainda mais comuns.

As mudanças do clima no Brasil tem causado ondas de calor e incêndios que destroem principalmente o bioma do Cerrado, um dos mais sensíveis aos efeitos do aquecimento global. Foto: Fernando Tatagiba/Wikiparques.

No centro do Brasil o cerrado é um dos biomas que mais sofrerá com os impactos das mudanças climáticas. Cerca de 45% das espécies do cerrado correm risco de extinção caso a temperatura aumente os 1.7°C esperados para os próximos anos. Isso representa um verdadeiro massacre para diversas espécies animais e vegetais, mas ainda uma enorme tragédia para os habitantes dessas regiões que verão sua riqueza natural simplesmente ser reduzida pela metade.


Na região amazônica a transformação de floresta nativa em área para lavoura ou criação de gado produz um efeito dominó sobre o clima. Sem a proteção térmica das árvores essas áreas abertas criam mais e mais fluxos de calor latente, elevando a temperatura e impactando no ciclo das chuvas, tão fundamental para a manutenção da biodiversidade da Amazônia.

5 ações para reduzir o impacto das mudanças climáticas


1 – Reduza ou elimine o consumo de combustíveis fósseis


Parece impossível viver sem petróleo, mas esse já é um pensamento presente em diversas empresas e governos que estão buscando novas formas de energia limpa. Países como Holanda, Dinamarca e França já possuem planos para tirar a maioria dos carros de circulação das grandes cidades dentro de no máximo 20 anos.


O cidadão comum pode fazer sua parte reduzindo o consumo desses elementos derivados de petróleo. Use menos carros, prefira sempre transporte coletivo ou transportes limpos como bicicleta ou mesmo caminhar. Carros elétricos e biocombustíveis também são opções viáveis. Outra ação importante é reduzir o consumo de plástico. Quando não for possível reduzir, tenha certeza de destinar o todo o plástico consumido para instituições de reciclagem.

2 – Consuma menos energia


Apagar luzes acessas sem necessidade, desligar aparelhos da tomada, preferir por eletrodomésticos com eficiência energética ou ainda utilizar painéis solares é uma boa forma de refrear as mudanças climáticas e ainda economizar dinheiro. Quanto mais energia consumimos, mais demandamos do planeta e mais pressão é feita em busca de mais recursos naturais.


3 – Adquira hábitos saudáveis e para o bem comum


Deixar de consumir carnes, alimentos industrializados, dar preferência para alimentos cultivados localmente e sem agrotóxicos e ser mais criterioso ao comer fora são formas de reduzir o impacto ambiental provocado pela indústria alimentícia. A produção industrial de alimentos, além de omitir a composição dos produtos, usa massivamente combustível fóssil para que seus produtos cheguem até nossas mesas. Procure ainda fazer novas atividades, com curso de horta orgânica, coleta e uso de água das chuvas, cursos para customizar roupas, consertar objetos e compartilhe seus conhecimentos.


4 – Plante árvores

O plantio de árvores é umas das ações mais baratas e eficazes quando falamos em refrear os efeitos das mudanças climáticas. O ideal seria que cada pessoa plantasse ao menos uma árvore por ano. O efeito multiplicador, especialmente nas grandes cidades, seria enorme e os benefícios seriam sentidos em pouco tempo. Para se ter uma ideia, uma árvore adulta possui o mesmo poder de limpar, renovar e refrescar o ar que 5 aparelhos de ar condicionado.


5 – Envolva-se socialmente


Um grande e importante passo para amenizar os efeitos das mudanças climáticas é conscientizar, localmente, as pessoas ao seu redor. Faça parte de associações de proteção ambiental, incentive ONGs e grupos de estudo, faça trabalho voluntário, conheças escolas e projetos que conscientizam jovens.

O importante é arregaçar as mangas e se tornar um divulgador da causa ambiental.



 

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