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processos

As redes de pesca industrial são feitas de poliamida, material derivado do petróleo, portanto, altamente resistente e poluente.

 

Este material foi introduzido na atividade pesqueira no ano de 1949 no Japão, criado para substituir as redes de pesca feitas de algodão que atenderam esta indústria entre 1900 e 1950. Anterior ao algodão foi o cânhamo que era largamente utilizado, não somente para a fabricação de redes, mas também de velas, cordas para as grandes embarcações e também para as roupas e sapatos dos homens do mar. Tudo era feito deste resistente, durável recurso que é tido como uma das fibras vegetais versáteis e por uma forma de cultivo que não necessita pesticidas ou adubações quimicas.

A atividade pesqueira remonta milhares de anos e redes de pesca foram largamente utilizadas desde a idade da pedra. Na cidade de Andrea na Finlândia em 1913, foram encontradas redes e outros equipamentos do setor com data de 8540 AC Equipamentos Egípcios com data 4000 3500 BC também foram encontrados. As antigas civilizações teciam suas redes com as mais diversas fibras, empregavam folhas de palmeiras,grama, papiro,tamareiras, cânhamo e até mesmo peles e pelos de animais eram utiizadas.]  Recentemente mergulhadores encontraram o que é tido como a mais antiga rede de pesca , fragmentos deste equipamento usado 27.000 BC foram encontrados na Korea.

Minha história com as redes de pesca industriais, remonta ao ano de 1998. Quando optei por estudar tapeçaria artística, tive como professor o artista têxtil, Henrique Schucman e foi ali em seu atelier que me deparei com as estrapeadas, desbotadas, redes. Fiquei impactada pela beleza destes descartes da indústria da pesca. Comecei a introduzir o material nos tecidos que eu criava para roupas e decoração.
Aos poucos fui descobrindo as inúmeras possibilidades desta matéria-prima definida como lixo. Para mim, um nobre material, mesmo porque lixo só é lixo, porque foi encaminhado para local indevido.

 

O processo para criar com este material manten-se o mesmo desde aquela data. Após adquirir redes de pesca danificadas, nos galpões de restauração do material ou diretamente com pescadores artesanais no vilarejo em que resido elas são lavadas, secas ao vento para então serem classificadas conforme sua textura e tonalidade. Aí que entra o tingimento natural realizado basicamente com cascas de cebolas, cúrcuma, vinagre, óxido de ferro, fogo e tempo. Após este processo elas são levadas para secar e posteriormente guardadas, ficando disponíveis para as diversas possibilidades de criação.Conforme fui trabalhando com estes descartes, fui conhecendo e aprendendo mais e mais sobre a indústria da pesca e também dos danos infrigidos ä natureza quando são descartadas irresponsávelmente nos oceanos, lixões ou incineradas.Estes malefícios, juntamente com a consciência ambiental que foi sendo somada ao longo de minha trajetória, por desespero de ver tanto descarte, tanto "lixo", me veio a idéia de criar solução.

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